Sinopse: Quando a sua mãe é brutalmente assassinada, Satoro Fujinuma - um aspirante a mangaká - regressa 18 anos no tempo para tentar alterar uma série de eventos que levaram ao surgimento de um perigoso serial killer (que foi o responsável por matar a sua mãe).
Quem nunca imaginou poder voltar no tempo afim de tentar corrigir algum erro ou impedir que algum acontecimento trágico se concretizasse?
Esse seria um dos superpoderes que mais iriam figurar na lista de habilidades especiais que os seres humanos normais desejariam possuir. Mas, o que a princípio pode soar como um dom para Fujinuma, se mostra como uma maldição de complicações difíceis de serem controladas.
Baseado no mangá Boku Dake Ga Inai Machi (escrito e ilustrado por Kei Sanbe), a adaptação em forma de anime ficou por conta do estúdio A-1 Pictures, com transmissão pela Fuji TV.
O roteiro trabalha com uma narrativa baseada em um fenômeno conhecido como revival (um aspecto cercado de infinitas possibilidades que oferece aos roteirista a chance de poder criar um extenso mundo cheio de certezas / incertezas que podem ser desfeitas a qualquer momento).
De forma consciente, a trama não faz uso do seu tema surreal para criar uma história totalmente inverossímil... Optando pelo fato de se prender mais a uma realidade, o anime consegue transmitira a sua mensagem (com altos tons reflexivos, diga-se de passagem) sem ter que pesar a mão apresentação das situações, bem como na condução das mesmas.
A direção se certifica de fazer com que o anime ande na linha - e se utiliza de recursos interessantes para fazer isso -, evitando jogar o espectador para diversas viagens no tempo afim de problematizar demais à trama (que flui fácil, garantindo o interesse do público de uma forma mais rápida e facilita também a empatia do mesmo para com a história e seus personagens).
Há um certo nível de complexidade na trama, mas é algo mais puxado para o arco dramático - que é um acerto muito grande do anime - do que para os mistérios que o revival é capaz de causar (aliás, esse aspecto acaba sendo jogado para segundo plano a medida em que a história avança... porém, esse ainda é o foco central da trama).
Os personagens criados para dar vida a história tem uma essência bem realista e são bem escritos (até certo ponto oferecem ao público uma realidade imersiva quando considerado apenas os seus respectivos problemas), afastando-se quase que totalmente dos clichês apresentados dentro do mundos dos animes (e isso por sí só já garante outro ponto positivo para diferenciar esse anime dos demais).
A parte técnica do anime não é muito forte (embora seja consistente na qualidade do material que apresenta), mas não chega a ser um trabalho que prejudique o projeto... É apenas uma produção sem a ambição de querer encher os olhos do espectador com cores, traçados e / ou efeitos visuais "megalomaníacos" (uma combinação que por vezes pode soar muito vazia).
Isso não é necessariamente algo ruim - muito pelo contrário... porque mostra a força do projeto de uma forma independente a fatores puramente estéticos e / ou vazios -, apenas tira um pouco do potencial que o anime teria caso a produção técnica fosse algo mais elaborado e mais ousado.
Eu gosto bastante da proposta que reside em Erased porque além de não ser algo que pode ser visto com tanta frequência quando se fala sobre animes, tem uma estrutura narrativa bem emocional (por sinal, que é muito bem trabalhada a ponto de ser bem minimalista em alguns aspectos de sua abordagem ao longo dos 12 episódios) aliada a um suspense eficiente que causa bons efeitos no resultado final.