Sinopse: Aos 27 anos, Arata Kaizaki se vê parcialmente desempregado (já que seu trabalho é de meio período) e sem uma melhor perspectiva de vida, mas ele não faz ideia da reviravolta que o seu dia a dia irá sofrer quando ele conhece o misterioso Ryo Yoake, que lhe faz uma proposta de um novo emprego com um preço alto demais a ser pago.
Você já se imaginou voltando em algum momento específico da sua vida e tendo a oportunidade de consertar algo de errado? Esse é um dos "poderes" que mais permeiam a mente dos seres humanos, e embora, isso obviamente não seja uma realidade, o tema não cansa se ser explorado (seja por filmes, peças de teatro, séries de tv e outras formas expressões). No entanto, ReLife apesar de ter um alicerce batido, apresenta ao espectador algumas novidades interessantes.
Kaizaki acha que chegou ao fundo do poço após abandonar o seu emprego (porque segundo ele, a sua função não o "desafiava a mostar todo o seu potencial") e permanecer desempregado até encontrar - com dificuldade - um emprego de meio-período em um mini supermercado. Ele segue com uma vida infeliz, mas que sofre uma repentina mudança quando Yoake surge com uma proposta de emprego que para ser obtida, ele precisa aceitar o desafio de ser uma cobaia para um experimento secreto.
Rejuvenescer 10 anos (através da ingestão de uma pílula) e poder voltar para o ensino médio e viver novas experiências (ao passo que deve corrigir alguns erros pontuais naquela época ao final do processo) é o objetivo do projeto na para a vida de Kaizaki.
Tudo acontece por intermédio de uma empresa cercada de segredos, a ReLife. Responsável por bancar todos os custos de vida de suas cobaias em suas "novas vidas", há objetivos ocultos que são coordenados e monitorados para que as cobaias apresentem os resultados esperados (ou se aproximem do imaginado).
A partir daí, fica claro que a narrativa do anime pende para outro lado (e não apenas em "brincar" com a tentativa de voltar no tempo para criar situações engraçadas), resultando em algo mais sombrio e desafiador, de uma maneira geral (considerando os seus 13 episódios), para o público. Ganhando vida através de personagens que misturam irreverência e dramaticidade, eles não são um acerto completo (mas os erros aqui não impedem a trama de gradativamente evoluir de uma maneira satisfatória).
Indo um pouco mais além, o roteiro investe em um clima de suspense que é reforçado pela ideia de que nem tudo está sob controle. Sendo assim, a ReLife tem duas regras estritamente específicas:
Caso alguma das pessoas que mantenha um convívio com a cobaia acabe descobrindo sobre o experimento (não importando de que forma isso ocorra), o mesmo é imediatamente encerrado e as memórias da cobaia em questão completamente "deletadas" (a aquisição do emprego também não acontece mais).;
Depois do experimento terminado, todas as pessoas que interagiram com a cobaia durante o processo também tem as suas memórias apagadas de forma permanente.
Entre os destaques mais assertivos desse anime estão o senso de justiça através do tempo que, mesmo de forma utópica, faz uma criativa conexão com a realidade (gerando uma fácil empatia por parte do telespectador) e a maneira como os dilemas que são apresentados em meio a adolescência recebem um tratamento diferenciado, fugindo um pouco da forma convencional com a qual geralmente são retratados.
Questões técnicas também valem à pena ser mencionadas por que isso fortalece o dinamismo visual (e também narrativo) da história. As cores trabalham como uma forma de dualidade em vários segmentos, os traços que constroem o anime são bem desenhados e a trilha sonora embalada as aventuras de uma forma bem executada criando ótimos momentos.
ReLife até pode parecer - a princípio - "mais do mesmo" (até porque a história se apresenta - em alguns momentos - dessa forma), mas se você decidir assistir esse anime até o final (prestando atenção aos detalhes ao longos dos seus episódios), eu posso te falar que certamente você terá uma grata surpresa (inclusive, em aspectos reflexivos) quando o último episódio terminar.