The fable of the frog and the scorpion / A fábula do sapo e do escorpião [En-Pt]

Certo dia, estava um escorpião na margem de um rio, e observando que bem perto de si, mas não alcançável estava um sapo. Apenas os seus olhos e pouco mais emergiam à superfície das águas frias do rio que dividia as margens.

Vendo que não conseguiria atravessar o curso de água, e sendo apenas possível para si alcançar a outra margem quando o rio secasse... O que seria apenas possível no próximo verão...

Eis que então, o escorpião teve uma ideia que lhe pareceu razoável.

Abordou o sapo, e pediu-lhe que o ajudasse, e que o levasse de uma margem à outra do rio. O sapo que bem conhecia o perigo que o pontiagudo aguilhão do artrópode representava para a sua fina e delicada pele, imediatamente e de forma segura ripostou: "Então e como isso seria possível para mim? Um pequeno toque da tua cauda, e rapidamente morro..."

O escorpião então, pensando nas palavras do sapo, e após alguns segundos de pausa, respondeu: "Eu preciso de ti. Se eu te picar, tu morrerás e eu afogar-me-ei... Não tenho intenções de morrer".

O sapo, olhando para a cara pouco expressiva do escorpião, acabou por pensar na sua lógica, e concordou que estaria a salvo, pois se algo lhe acontecesse, isso representaria também a morte do invertebrado.

Abeirando-se da margem em que o animal de carapaça estava, deixou-o subir para as suas costas, e começou a nadar calmamente para o outro lado.

Sem nada o fazer prever, a meio da travessia, o escorpião armou a sua cauda, que subitamente caiu sobre o mole dorso do anfíbio...

Sentindo a dor interlace da estocada, o sapo moribundo proferiu então as suas últimas palavras, tentando atribuir algum sentido à sua vida que em breves minutos iria terminar: "Porque é que me atacaste sabendo das consequências que terias...?" O escorpião disse então em tom de arrependimento e clarividente em relação a si: "Eu sinto muito e lamento... mas não fui capaz de o evitar. É o meu caracter".

Quantas vezes na nossa vida até damos a oportunidade ao outro, deixando as memórias passadas para trás, e acreditando numa transformação quase miraculosa do outro, e não acreditamos nos nossos instintos?

Devemos saber ouvir mais o nosso instinto e não arriscar, ou pelo contrário, deixarmos de parte os nossos receios, e tentar escrever uma história com um final não esperado? Qual das duas partes vocês acham que se identificam mais? Aventureiros, ou mais conservadores.

Espero que tenham gostado desta pequena fábula.

Desejo-vos uma óptima semana a todos!