English Version
I was reading the news this week and was surprised by a report about the 1923 Revolution in Rio Grande do Sul, a subject that is rarely discussed here in the state, even in classrooms.
The 1923 revolt was an offshoot of another revolution, which occurred 30 years earlier, called the Federalist Revolution. At the time, coronelism dominated politics and republicans and federalists resorted to civil war in the dispute for the province's presidency.
In traditionalist Gaucho music, it is common to hear the terms chimangos and maragatos, pejorative nicknames used to identify the government supporters and the opposition, respectively. It is worth mentioning that both parties involved did not represent the working class, but defended the interests of large landowners.
After yet another election by Borges de Medeiros, questioned by Maragato leader Assis Brasil, the opposition resorted to attacks in cities such as Passo Fundo, Palmeira das Missões, São Francisco de Assis and Pelotas, all very far from the capital Porto Alegre and having little political effect.
Assis Brasil's intention was to provoke a federal intervention in the state to remove Borges de Medeiros from the presidency of the province, which ended up not happening. However, a peace treaty, signed on December 14, 1923 in Pedras Altas, guaranteed that Borges de Medeiros would no longer run for re-election and amnesty for revolutionaries.
Both the Federalist Revolution of 1893 and the Assistist Revolution of 1923 had bloody battles between citizens of the same people, often even acquaintances and relatives, and caused great trauma among those involved, which has led to the issue being avoided to this day.
Only with the emergence of the leadership of Getúlio Vargas, who consolidated himself as a political force in Rio Grande do Sul and Brazil, did the gauchos return to fighting for the same cause and united again around a political project.
Thank you very much for reading and see you next time!
Português (Brasil)
Estava lendo as notícias desta semana e me surpreendi com uma reportagem sobre a Revolução de 1923 no Rio Grande do Sul, um assunto que raramente é abordado aqui no estado, até mesmo nas salas de aula.
A revolta de 1923 foi um desdobramento de outra revolução, ocorrida 30 anos antes, chamada Revolução Federalista. Na época, o coronelismo dominava a política e republicanos e federalistas recorreram à guerra civil na disputa pela presidência da província.
Nas músicas tradicionalistas gaúchas é comum ouvir os termos chimangos e maragatos, apelidos pejorativos usados para identificar os governistas e a oposição, respectivamente. Vale ressaltar que ambos os envolvidos não representavam a classe trabalhadora, mas defendiam os interesses dos grandes proprietários de terra.
Depois de mais uma eleição de Borges de Medeiros, questionada pelo líder maragato Assis Brasil, a oposição recorreu a ataques em cidades como Passo Fundo, Palmeira das Missões, São Francisco de Assis e Pelotas, todas bem distantes da capital Porto Alegre e tendo pouco efeito político.
A intenção de Assis Brasil era provocar uma intervenção federal no estado para tirar Borges de Medeiros da presidência da província, o que acabou não acontecendo. No entanto, um tratado de paz, assinado em 14 de dezembro de 1923 em Pedras Altas, garantiu que Borges de Medeiros não concorreria mais à reeleição e a anistia aos revolucionários.
Tanto a Revolução Federalista de 1893 quanto a Revolução Assisista de 1923 tiveram batalhas sangrentas entre cidadãos do mesmo povo, muitas vezes até mesmo conhecidos e parentes, e causaram um trauma muito grande entre os envolvidos, o que fez com que o assunto seja evitado até hoje.
Apenas com o surgimento da liderança de Getúlio Vargas, que se consolidou como força política no Rio Grande do Sul e no Brasil, os gaúchos voltaram a lutar pela mesma causa e se uniram novamente em torno de um projeto político.
Muito obrigado pela leitura e até a próxima!