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Hello friends, another weekend and another good reflection on a topic that should concern us all, so let's reflect on this.
My country is Portugal, a beautiful country by the sea, but not everything is good. I've been thinking about this lately, and we can't pretend that everything is fine. The state of health in Portugal is really bad, that's my opinion and that of many others. Only those who have never had to go to the emergency room or make a simple appointment can still think that the system works, but for me, it works with many gaps. I myself have been in situations where I've waited for hours, without knowing whether I would be seen or not, and the feeling is of total abandonment, sometimes it feels like we're abandoned, in a waiting room for days or entire nights.
I'll give you an example of my own to give you some context on this topic. I remember once going to the hospital with a family member because of severe pain and we waited there for almost eight hours, abandoned, watching the hours go by, barely able to move, in a room full of patients with the most varied diseases and serious symptoms too. And the worst part is that they can't even get upset with the professionals because they're just running around, completely exhausted, you can see it on their faces, doing the best they can with what they have. You can see that many ads are at their limit, sometimes saturated, but so are we patients. It's not even a question of effort anymore, it's about survival at work, and I know what that's like.
Then there's always talk about strikes. Whenever this is mentioned, there are those who immediately say that it's absurd, that it harms patients, that you can't shut down such an essential sector and of course you can't shut down completely. I understand that side of things, of course I do. But I also think to myself, if they don't make a fuss, who will? Will they continue to be ignored, with better conditions, while politicians say that "health is a priority"? Only if it is a priority for campaign speeches, because in practice we see nothing, and that is what is hardest for us to continue to believe in politicians and their policies as if they were waving a magic wand and solving the many mistakes they have made in this and other sectors over the years.
Sometimes I think that only a complete shutdown can make someone up there realize the real state of things, it may be something drastic, but that is the only way I miss it. No one wants to strike, I myself try to avoid that as much as possible, doctors, nurses, all these professionals, do not want to leave anyone without care because I believe that morally they do not feel right doing so. But they are also human and like everyone else they also have limits. And they also have the right to demand respect, better conditions and a minimally balanced life, and this often only ends with these shutdowns.
I know that, in the end, we, the patients, are the ones who suffer the most, but we are also already suffering with the system the way it is and it seems that there is no way to find any great solutions. I've been trying to schedule a specialist appointment for a family member for months and we're still waiting, or I've spent entire days calling to schedule an appointment and answering a recording or no one answers.
That's why, even with all the risks that a strike brings, I'm starting to think that it might actually be worth it, if the government and those who lead us don't find solutions. It might be the push that the government needs to wake up and realize that without health, nothing else matters. Because without doctors, without nurses, without conditions, there's no system that can cope, and that sometimes happens a lot in my country.
[PT]
Olá amigos mais um fim de semana e mais uma boa reflexão sobre um tema que devemos preocupar todos, por isso vamos lá refletir sobre o mesmo.
O meu país é Portugal, um lindo pais a beira mar mas nem tudo é bom,eu tenho pensado nisto nos últimos tempos, e não dá para fingir que está tudo bem. O estado da saúde em Portugal é mesmo mau é a minha opinião e a de muita gente. Só quem nunca precisou de ir às urgências ou de marcar uma simples consulta é que ainda pode pensar que o sistema funciona, eu para mim funciona com muitas lacunas. Eu próprio já passei por situações em que estive horas à espera, sem saber se ia ser atendido ou não, e a sensação é de abandono total, por vezes parece que estamos abandonados, numa sala de espera dias ou noites inteiras.
Vou dar um exemplo próprio para ter um contexto neste tema, eu lembro-me de uma vez ter ido com um familiar ao hospital por causa de uma dor forte e ficámos lá quase oito horas à espera, abandonado, a ver as horas passarem, sem conseguir quase me mexer, numa sala cheia de doentes com as mais variedades de doenças e graves sintomas também. E o pior é que nem conseguem ficar chateados com os profissionais porque eles andam ali a correr de um lado para o outro, completamente estoirados, dá para ver na cara deles isso a fazer o melhor que dá com o que têm pouco. Nota-se que estão no limite muitos anúncios, por vezes saturados, mas nós doentes também. Já nem é uma questão de esforço, é mesmo de sobrevivência no trabalho, e eu sei bem o que isso é.
A seguir depois há sempre uma conversa das greves. Sempre que se fala disto, há logo quem diga que é um absurdo, que prejudica os doentes, que não se pode parar um setor tão essencial e claro que não se pode parar totalmente eu compreendo esse lado, claro que compreendo. Mas também penso assim para mim, se eles não fizerem barulho, quem é que vai fazer? Vão continuar a ser ignorados, com mais condições, enquanto os políticos vão dizer que “a saúde é uma prioridade”? Só se for prioridade para discurso de campanha, porque na prática não se vê nada, e isso é o que mais custamos continuar a acreditar em políticos e nas suas políticas como se usam uma varinha mágica e solucionam a quantidade de erros que têm feito neste e noutros sectores ao longo dos anos.
Às vezes acho que só mesmo uma paragem total é que pode fazer alguém lá em cima perceber o estado real das coisas, pode ser algo drástico, mas só assim sinto a falta. Ninguém quer uma greve, eu próprio tento evitar isso ao máximo, os médicos, os enfermeiros, todos esses profissionais, não querem deixar ninguém sem cuidados porque acredito que moralmente não se sentem bem a fazê-lo. Mas também são humanos e como todos também têm limites. E também têm o direito de exigir respeito, melhores condições e uma vida minimamente equilibrada, e isso muitas das vezes só lavai com estas paragens.
Eu sei que, no fim, quem mais sofre somos nós, os doentes, mas também já estamos a sofrer com o sistema como está e isto parece que não tem sorte de grandes soluções. Há meses que tento marcar uma consulta de especialidade para um familiar e ainda estamos à espera, ou já passei dias inteiros a ligar então para marcar uma consulta e atender uma gravação ou ninguém atende.
Por isso, mesmo com todos os riscos que uma greve traz, começo a pensar que pode mesmo valer a pena, se o governo e quem nos dirige não arranjar soluções. Pode ser o empurrão que falta para que o governo acorde e perceba que sem saúde, o resto não interessa. Porque sem médicos, sem enfermeiros, sem condições não há sistema nenhum que aguente e isso às vezes acontece muito no meu país.