There was a time when I worked as an archivist at an important law firm in my city. I was 17 years old, and I was very happy to have changed roles (before that, I had worked as an administrative assistant at the same company... they were different divisions of the same group) because I naively thought that this would really be a kind of professional advancement... In fact, it could have been, but for that to happen I would have had to swallow my principles.
The decision to change departments was not mine, but my boss's. According to her, I had much better potential to be explored in the legal sector, and I had no choice but to accept the change (if I wanted to continue at the same company). I thought it would be beneficial, especially because at the time I considered going to law school, and when I learned that the sector usually helped new employees who were committed to their work, I was very hopeful.
However, from the first day I started working in the legal sector, I began to deal with certain types of situations that increasingly distanced me from this profession (and from practically everyone who worked and had a direct relationship with that sector). Today, I could be a qualified lawyer, earning a great salary, but I would never classify my character in search of recognition (whether professionally or personally).
The unfair treatment between the rich and the poor in the industry was one of the most disturbing things. Clearly, all the lawyers felt superior. They were always bossy, impatient and mentally corrosive with all those who were subordinate to them (and in this case, I was subordinate to all of them... since I was the one who handled the entire file). It was literally like working in a “minefield”, where I was surrounded by sharp barbed wire.
I was always advised by my family, friends and even some coworkers (from this same company, by the way) to swallow any and all types of problems (because the chance of advancement within my industry was real and promising). However, my moral and ethical values were not in line with what was practiced within the industry, especially regarding the behavioral treatment of people and the work demands that were always required of me.
The result of all this? At the height of an argument with one of the grumpiest (and incompetent) lawyers in the entire industry (but he kept his job because he was from a family considered “noble” due to his surname and social status) I resigned in the middle of the office, but not before speaking some honest truths about the extremely toxic behavior of that industry. This brought me a feeling of relief and freedom that I will never forget.
Hubo una época en que trabajé como archivista en un importante despacho de abogados de mi ciudad. Tenía 17 años, y estaba muy feliz de haber cambiado de trabajo (antes trabajé como asistente administrativa, en esta misma empresa... eran divisiones diferentes del mismo grupo) porque inocentemente pensé que eso realmente sería una especie de ascenso profesional... De hecho, podría haberlo sido, pero para eso habría tenido que tragarme mis principios.
La decisión de cambiar de departamento no fue mía, sino de mi jefe. Según ella, yo tenía mucho más potencial por explorar en el sector legal, y no me quedaba otra que aceptar el cambio (si quería seguir en esa misma empresa). Pensé que sería beneficioso, especialmente porque en ese momento estaba considerando ir a la facultad de derecho, y cuando me enteré de que el sector solía ayudar a los nuevos empleados que estaban comprometidos con su trabajo, tuve muchas esperanzas.
Sin embargo, desde el primer día que empecé a trabajar en el sector legal, empecé a lidiar con cierto tipo de situaciones que me alejaban cada vez más de esta profesión (y de prácticamente todos los que trabajaban y tenían relación directa con ese sector). Hoy, podría ser un abogado calificado, ganando un gran sueldo, pero jamás clasificaría mi carácter en busca de reconocimiento (ya sea profesional o personal).
El trato injusto entre los ricos y los pobres del sector fue uno de los aspectos más preocupantes. Claramente todos los abogados se sintieron superiores. Siempre mandón, impaciente y mentalmente corrosivo con todos aquellos que estaban subordinados a ellos (y en este caso, yo estaba subordinado a todos ellos... ya que era yo quien se encargaba de todo el expediente). Literalmente, era como trabajar en un campo minado, rodeado de alambre de púas afilado.
Mi familia, mis amigos e incluso algunos compañeros de trabajo (de esa misma empresa, por cierto) siempre me aconsejaron que me tragara cualquier tipo de problema (porque la posibilidad de ascender dentro de mi sector era real y prometedora). Sin embargo, mis valores morales y éticos no estaban en consonancia con lo que se practicaba dentro del sector, especialmente en lo que se refería al trato comportamental de las personas y las exigencias laborales que siempre se me exigían.
¿El resultado de todo esto? En medio de una discusión con uno de los abogados más gruñones (e incompetentes) de todo el sector (pero conservó el puesto por ser de una familia considerada “noble” por el apellido y el estatus social) presenté mi dimisión en plena oficina, no sin antes decir algunas buenas verdades sobre el comportamiento extremadamente tóxico de ese sector. Me trajo una sensación de alivio y libertad que nunca olvidaré.
Houve um tempo em que eu trabalhei como arquivista em um importante escritório jurídico da minha cidade. Eu tinha 17 anos, e estava muito feliz por ter migrado de função (antes eu trabalhei como auxiliar administrativo, nesta mesma empresa... eram divisões diferentes do mesmo grupo) porque eu inocentemente achei que isso realmente seria uma espécie de ascensão profissional... De fato, poderia ter sido, mas para isso eu precisaria ter que engolir meus princípios.
A decisão de migrar de setor não foi minha, mas sim da minha chefe. Segundo ela, eu tinha um potencial muito melhor para ser explorado no setor jurídico, e eu não tive escolha a não ser aceitar a mudança (se eu quisesse continuar nessa mesma empresa). Eu achei que seria benéfico, até porque na época eu cogitei fazer faculdade de direito, e quando eu soube que o setor costumava ajudava novos funcionários comprometidos com o trabalho, eu fiquei muito esperançoso.
No entanto, desde o primeiro dia em que eu comecei a trabalhar no setor jurídico, eu comecei a lidar com certos tipos de situações que foram me afastando cada vez mais dessa profissão (e de praticamente todo mundo que trabalhava e tinha uma relação direta com aquele setor). Hoje, eu poderia ser um advogado formado, e ganhando um ótimo salário, mas eu jamais iria classificar minha índole em busca de reconhecimento (seja para o lado profissional ou lado pessoal).
O tratamento desleal entre o lado rico e o lado pobre do setor era uma das coisas mais incomodava. Claramente, todos os advogados se sentiam superiores. Sempre mandões, impacientes e mentalmente corrosivos com todos aqueles que eram subordinados a eles (e no caso, eu era subordinado a todos eles... uma vez que era eu quem cuidava do arquivo inteiro). Literalmente, era como trabalhar em um “campo minado”, onde eu estava cercado de arame farpado cortante.
Eu sempre fui aconselhado pela minha família, amigos e até alguns colegas de trabalho (dessa mesma empresa, aliás), a engolir todo e qualquer tipo de problema (porque a chance de ascensão dentro do meu setor era real e promissora). No entanto, meus valores morais e éticos não estavam de acordo com o que era praticado dentro do setor, em especial, sobre o tratamento comportamental com relação as pessoas e as demandas de trabalho que me eram sempre exigidas.
O resultado de tudo isso? No auge de uma discussão com um dos advogados mais ranzinzas (e incompetentes) de todo o setor (mas ele mantinha o cargo porque era de uma família considerada “nobre” por causa do sobrenome de status social) eu pedi demissão no meio do escritório, mas não antes sem falar umas boas verdades sobre o comportamento extremamente tóxico daquele setor. Isso me trouxe uma sensação de alívio e liberdade que eu nunca mais esquecerei.