Dia desses, escutando um podcast do Guten Morgen, ouvi pela primeira vez o conceito de conhecimento Frônese que, a princípio me pareceu algo trivial, sem muita importância, mas por via das dúvidas fui pesquisar mais a fundo sobre seu significado, já que a própria palavra me chamou bastante atenção e não saía da minha cabeça por dias.
Frônese (Phrónesis) é um termo encontrado no livro Ética à Nicómaco, de Aristóteles, o qual procura designar um tipo de conhecimento que distingue daquele filosófico e intelectual que busca entender o porquê das coisas, mas sim aquele conhecimento prático, presente na maior parte das ações humanas, entendido pela maioria das pessoas mas, muitas vezes, ignorado como conceito de "conhecimento".
Podemos exemplificá-lo simplesmente com nossos atos mais simplórios, desde saber fritar um ovo logo pela manhã, até saber construir uma casa. Vale lembrar de muitas pessoas que conhecemos e que tiveram pouco estudo, como meus avós que não terminaram a quarta série, mas souberam educar e criar mais de cinco filhos em tempos onde os recursos eram escassos.
Não é um conhecimento exato, como a maior parte das ciências, mas sempre foi necessário para a sobrevivência humana no planeta. Saber "se virar", aprender os macetes da vida mesmo que ninguém tenha lhe ensinado e passar por várias dificuldades em seu caminho, lhe traz um conhecimento que é seu, que você construiu sem, algumas vezes, a interferência ou a ajuda de alguém.
Flávio Mongenstern, o criador do Guten Morgen, exemplifica este conceito nos fazendo imaginar nossos pais ou avós, assim como eu mencionei, que muitas vezes não tiveram muitas oportunidades de estudo, que gostam de assistir novelas da Globo ou o programa do Ratinho, que dificilmente entendem conceitos como este próprio do post, mas que souberam educar seus filhos com primazia, cuidando da casa e do casamento com muito amor e zelo. Por todos os seus trabalhos e obras, possuem um conhecimento magistral, um Frônese em seu entendimento mais puro.
Blue Harmonica, 1979 - Duane Bryers
Obrigada pela leitura. Abraços, Carol.