Há muitas formas de entrar no mercado de criptomoedas e uma delas é por meio da mineração. Essa atividade consiste basicamente na validação de transações de troca de valores envolvendo alguma criptomoeda (Bitcoin, por exemplo). Isso significa que o minerador será o responsável por assegurar que a transação é verdadeira e somente depois disso é que ela será registrada no banco de dados criptográfico (Blockchain). Mas será que essa atividade vale a pena? Quais são as exigências para participar e qual o retorno esperado?
Como funcionava a mineração?
O Bitcoin foi a primeira moeda de sucesso a empregar a técnica de mineração para a validação dos blocos de transações. Esses blocos contêm registros sobre as transações que estão sendo feitas entre pessoas. Se, por exemplo, Rodrigo e Katia decidem realizar uma transação de compra e venda usando o bitcoin como forma de pagamento, essa informação será adicionada a um bloco juntamente com algumas outras transações deles mesmos ou de outras pessoas. Esse bloco segue para algum minerador que realizará a sua validação. O minerador pode ser alguém chamado Rodrigo, por exemplo. O Rodrigo na verdade não faz muito esforço para realizar a tarefa de mineração, ele apenas instala um software em seu computador, baixa um grande arquivo de dados (a cadeira blockchain, com alguns gigabytes de tamanho) e mantém o equipamento ligado dia e noite sem parar, para que as transações sejam validas a qualquer hora. De certo modo, o que o Rodrigo está fazendo é alugar seu computador para a rede e, em troca, recebe o pagamento em bitcoins (ou em uma fração deles, conhecida como Satoshi).
E como funciona a mineração hoje?
A rede do bitcoin aumenta a dificuldade da mineração de tempos em tempos. Por essa razão, um computador que era capaz de minerar certa quantidade de bitcoins não conseguirá se manter tão produtivo ao longo do tempo.
Inicialmente a mineração era feita usando apenas a CPU do computador. Com o aumento da dificuldade, os mineradores passaram a usar placas de vídeo de alto desempenho como recursos mais poderosos para a mineração. Atualmente, mesmo um computador de alto desempenho não é capaz de minerar moedas em quantidade suficiente para compensar sua depreciação e o consumo de energia empregado na atividade. A mineração passou a ser feita por meio de equipamentos especialmente desenvolvidos para essa finalidade, os ASIC. O principal fabricante deles é a chinesa BitMain, que é também uma das maiores mineradores do mundo, tanto de bitcoins como também de outras criptomoedas (Ethereum, Monero, Bytecoin, etc).
Mas ainda é possível minerar moedas e obter algum lucro
Com o uso cada vez maior de ASIC, minerar cryptomoedas usando computadores pessoais só apresenta desvantagens. Algumas pessoas arriscam a compra de um ASIC, mas antes de fazer isso é preciso levar em consideração o aumento na conta de energia elétrica, além do fato de que esse mercado está em constante mutação e eventos imprevistos podem impactar negativamente no planejamento inicial a ponto de inviabilizar a atividade (uma moeda realiza um hardfork e torna o ASIC inútil, por exemplo).
Algumas pessoas optam por fazer a mineração de algumas moedas alternativas (altcoins) que tem valor de mercado inexpressivo e, por isso, mesmo ainda permitem que computadores pessoais realizem essa tarefa. Mas vale ressaltar que a produção obtida praticamente não terá valor (talvez alguns centavos de dólar) e a única forma de ganhar com essa estratégia arrisca é manter as moedas guardadas em uma carteira aguardando uma eventual valorização futuro (que pode não ocorrer).
A mineração é uma atividade que foi criada para permitir a qualquer pessoa empregar seu computador pessoal e obter um retorno por isso, mas atualmente é difícil encontrar pessoas que ainda tenham algum lucro. Podem existir exceções em países com tarifa de energia elétrica mais barata (o que não é o caso do Brasil). Neste caso não seria tão oneroso manter o computador operando em potência total 24 horas por dia. Mas antes de se aventurar nessa atividade é preciso lembrar-se de contabilizar a depreciação do computador e avaliar adequadamente o mercado, pois uma moeda que hoje vale algumas centenas de dólares poderá ter seu valor reduzido a uma fração disso em curto espaço de tempo. Estudar o mercado é um pré-requisito para quem deseja entrar no mercado crypto.