Estava pensando na queima de livros através da história da humanidade. Foram inúmeras, inúmeras. Difícil poder ter uma ideia mesmo que aproximada do tamanho da perda que nossa espécie teve em termos de destruição. Por curiosidade aqui vai algumas dessas grandes "queimas":

Na China, na sinastia Qin (213 a 206), tudo que fosse contra a ideologia legalista que dominava a época era queimado.
O imperador romano Constantino ordenou a queima de livros que estavam envolvidos com o arianismo. No caso, desde livros redigidos por Ários até com qualquer concepção de mundo destes.
Atanásio de Alexandria mandou queimar tudo que não fosse "canônico" ou "aceitável".
A Biblioteca de Alexandria, a maior do mundo antigo, tinha mais de 9,000 manuscritos, foi completamente queimada. Pouquíssima coisa foi salva do incêndio.
Em 1244, 24 carruagens cheias de manuscritos judaicos foram queimadas na rua da cidade, devido a uma disputa em Paris.
A inquisição espanhola queimou 5000 manuscritos árabes.
Os conquistadores espanhóis destruíram logo após a conquista das Américas muito dos manuscritos das populações ameríndias.
A União Soviética queimou um número "indeterminado" de obras literárias consideradas "decadentes" do ocidente, de 1920 pra frente.

Naturalmente que inúmeros fatores levam as pessoas a atos tão poderosos e simbólicos. Não sabemos o quanto desse conteúdo realmente teria sido importante. Mas estamos lidando acima de tudo com o desrespeito pelo conhecimento, por mais que seja contrário a nossa percepção de vida. Hoje em dia isso é muito raro, não a intenção, mas o ato em si.
Uma sugestão de filme que trata a respeito da queima de livros de Alexandria (e não só isso, naturalmente) é o filme ÁGORA:
