
No início da partida, é necessário desenvolver as peças, isto é, retirá-las de suas desvantajosas posições originais, mobilizando-as para o combate. Alguns pontos são de extrema importância no desenvolvimento:
a) Centro
A mobilização das peças é como a de dois exércitos que se preparam para uma guerra, as tropas buscam alcançar a linha divisória para, se possível, penetrar no território inimigo. O lado que tiver uma base sólida no centro, terá portanto, maiores chances de agir rapidamente em qualquer parte do tabuleiro, onde quer que a luta seja necessária.
O domínio das casas centrais, será de fundamental importância no desenvolvimento do jogo, principalmente as casas e4, d4, e5 e d5. Veja o diagrama abaixo:

(o pequeno centro)
A luta pelas casas centrais é o objetivo principal para ambos os jogadores na fase de desenvolvimento da partida. Todas as jogadas devem ter uma ação no centro.
Ocupar o centro com peões, assim como atacá-lo e defendê-lo à distância através da ação das peças mais fortes, são fundamentais. Ataques diretos contra o rei adversário só são possíveis quando existe um bom domínio do centro.
b) Cooperação
O desenvolvimento é coletivo, de modo que todas as peças devem se mobilizar e não apenas algumas. Do mesmo modo como em uma guerra real se enviarmos somente algumas poucas tropas para a batalha, deixando outras descansando tediosamente nos quartéis, a superioridade numérica de nosso adversário poderá ser fatal para nossos soldados.
Assim a mobilização para ser eficiente, deve colocar em jogo todas as peças, para que juntas elas possam cooperar umas com as outras, avançando de forma ordenada.
c) Iniciativa
Inicia-se então uma corrida para ver quem se desenvolve mais rápido, afinal quem mobilizar e coordenar a ação de suas tropas primeiro, obterá uma clara vantagem. Os adversários buscam manter a iniciativa.
Para isso, convém, na abertura da partida, dar um lance para cada peça, antes de movimentá-la novamente.
Nos primeiros lances é uma perda de tempo perambular pelo tabuleiro com a mesma peça, embora as vezes isto seja necessário.
Do mesmo modo, sempre que possível forçamos nosso adversário a perder tempo.
Lances de desenvolvimento e ataque simultâneos, valorizam a iniciativa, como por exemplo na partida:
- e4 d5 2. exd5 Dxd5 3.Cc3 ... na qual a dama preta é atacada a partir de um lance de desenvolvimento do cavalo branco e obrigada a se movimentar novamente, perdendo um tempo.

(as brancas ganham 1 tempo)
Os peões na abertura são considerados auxiliares ao desenvolvimento, assim por exemplo o lance inicial: e4 dá mobilidade ao bispo e a dama brancos, que se encontravam bloqueados em suas casas iniciais. Ao mesmo tempo ocupa uma importante casa central, sendo por isso considerado uma dos melhores lances para se começar uma partida.
Na abertura é recomendável executar apenas 1 ou 2 lances de peões, para não atrasar o desenvolvimento das outras peças, de preferência jogando pelo menos 1 peão no centro do tabuleiro.
O Avanço em direção ao território inimigo precisa do apoio dos nossos peões, caso contrário, se nossas peças desenvolvidas avançassem sozinhas, elas seriam expulsas justamente pelo peões de nosso adversário.
Assim temos que organizar um centro de peões para segurança de nossas peças.
Um centro de peões com mobilidade, tem uma grande força de expansão, no entanto um peão sozinho muito avançado se torna fraco e não deve ser temido, por não ser tão agressivo.
O ideal é que tanto as peças como os peões se apoiem uns aos outros em sua luta para conquistar o centro e em seu posterior avanço de ataque.
Bibliografia: Meu Sistema - Aaron Nimzovitsch
Imagem: OpenClipart